O roubo da santa

Dizem os incrédulos que essa história de roubo de Santa, só acontece quando o coisa ruim se encanta, com a formosura de uma mulher...

A Nossa Senhora das Graças, uma das imagens que foi levada, não se esmoreceu por nada, firme na sua fé, um dia há de voltar.

Veio de além mar, de Turim, na Itália, presente do padre Henrico Porccu, pra enfeitar sua capela e entre castiçais e velas, esse sonho vai se realizar.

Seu Horminio e Dona Hilda deixaro de herança, um pedaço de chão e a esperança, beirando a rodovia, onde o povo reza todo dia, pedindo um milagre pra Santa voltá.

Agora é com o sinhô Governador Zema, resolve esse dilema, sem precisá se aperreá. São nove meses de labuta, no passo a passo dessa luta, o trem tá difícil de se ajeitá.

Onde ocê tá, minha Santa? Clareia esse lugar, que a polícia toda se levanta e corra pra te encontrá!

E junto da tua,  levaram a imagem do Deus menino, e mesmo sem conhecer teu destino, levaram o Sagrado Coração de Jesus...

Como é que se explica, essa patacoada sem tamanho, será que o roubo teve algum ganho maior que o reino dos céus?

Devolve a Santa, seus infiéis, ocês levô os dedos, mas deixó os anéis. E na peleja medonha, entre o bem e o mal, o poder da oração da Santa, se espalha pra todos, em sua glória final.

* Marcão Leal é empresário do setor de comunicação em Janaúba