Praia, sol, truco e mar

"Subi no munturo, cai de costa...é truco seu bosta" - essa era a senha inóspita de fazer calar o adversário ou se não tivesse com a mão boa, pra ouvir de volta, um "é seis seu nojento" no pé da orelha e socar três dedos no peito do amigo desafiado e deixar a cambada louca de tanto rir ou sofrer, com a perda ou ganho do boi ou da boiada, que tinha também, o truco tranquilo e educado das aprendizes "é  truco".

Mas cá por entre os meus soluços e botões, uma viagem só, num faz verão e pra apimentar essa história, já vai pra duas, somente em janeiro,  primeiro mês do ano.

Se num tá preparado, num desce pro play" é assim que penso. Mesmo sabendo, que na viagem pra Ilha Bela, litoral de SP, era mais pra visitar os parentes da minha esposa, onde o truco foi substituído pelo dominó, quero focar hoje, na segunda viagem, que é o tema dessa crônica e desse orquidário cultural.

Pegar a estrada já era um acontecimento, tradicionalmente, eu costumo errar até mesmo na saída de Janaúba... saio pra Porteirinha ou pelo Riacho...mas tanto faz, o destino, será o mesmo - as belas praias do interior baiano, desta vez, uma casa num condomínio entre Ilhéus e Itacaré, que já dizia os entendidos, se não quer errar (e nem trabalhar) vai pra Bahia.

Fomos em cinco casais, entre amigos e filhos, uma verdadeira família, turma da quinta, da sexta e de todos os dias...

Os itens de primeira necessidade foram comprados na chegada, "cerveja", a carne levamos, com a devida supervisão do nosso especialista, oriundo dos pampas, amigos de todas as horas e pra todos os gostos.

E já no primeiro churrasco, nós deparamos com a prisão da grelha...uma novidade intergaláctica na Bahia...tivemos que discutir com um segurança, a respeito da liberação da pobre da grelha, que foi condenada e presa com cadeado e tranca, tudo por mal comportamento num churrasco anterior.

Com muitos argumentos conseguimos a chave e libertamos a grelha, que enfim, pode comemorar conosco a sua liberdade, assando um belo taco de maminha...

Debaixo de um sol escaldante, temperado com chuva esparsas, nossas mulheres, curtiam a praia e o sol e nós curtimos nossas mulheres...sem poder tomar uma gelada, era no vinho, que afogava minhas anáguas e curtia com os amigos...

Ao chegar ao cabaré mais famoso da Bahia, o Bataclan, o que mais se via, era fotografia de meretriz, mas me sentir feliz, sem ao menos poder tocar... vai que a sapatada do truco, da minha mulher, entrava em campo...num só leso da cabeça, só apreciei, tomando uma caipirinha.

Mas hó vidinha boa!!! que por pouco, o tempo voa e nos faz amolecer...Já virava a meia noite e no caminho de volta, o amanhecer... música boa num faltou, meu amigo Pedro, dava inté medo, de tanto que cantou, mas a vida é assim mesmo...

Praia, carne assada, torresmo, sol, cerveja e o truco, já estão na pauta da nossa próxima viagem.